Um novo estudo que investiga a psicologia por trás de perder peso sugere que, ao invés da tão proclamada força de vontade, o temperamento é que pode influenciar as escolhas alimentares. A principal pesquisadora, Lynette Mackey, do Instituto de Saúde e Biomédica Inovação da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, disse que a pesquisa foi concebida para determinar se características de personalidade específicas podem estar relacionadas ao excesso de peso ou obesidade.
“A comida fornece o sinal neurológico da recompensa para o cérebro e os que têm um tipo de personalidade que seja sensível a recompensas são mais propensos a comer alimentos saborosos, doces e com muita gordura simplesmente porque é gratificante”, explica.
Ela afirma que os programas de controle de peso incentivavam o uso de comportamento autorresponsável e quantidades significativas de força de vontade por parte dos participantes.
“Sabemos que existem pessoas que lutam contra seu comportamento alimentar quando experimentam emoções negativas”, diz. “O que nós não sabemos é qual fator do temperamento influencia mais o comportamento de comer demais”.
A pesquisadora argumenta que a capacidade de “parar e pensar” antes de agir é governada por um fator temperamental conhecido como “controle de esforço”. “Aprendemos com o tempo a abordar as coisas que são gratificantes e evitar coisas que são punitivas simplesmente em resposta a como nos sentimos. Outra parte do temperamento é ser sensível à punição”.
Para aqueles valorizam a recompensa, o medo de perder, de se frustrar ou se entediar fazendo algo desestimulante cria momentos de desconforto e punição. “A minha observação como médica clínica sugere que muitos clientes falham em suas tentativas de controle de peso quando estão ocupados, distraídos, entediados, desconfortáveis ou angustiados de alguma forma”.
Ela conta que uma questão-chave na pesquisa foi determinar em que medida o tipo de temperamento que era sensível a punição influenciava o tipo de temperamento que também era sensível a recompensa e se esse comportamento influenciava excessos alimentares. “Faz sentido que, se alguém é sensível às emoções desconfortáveis que surgem do temperamento, então a comida, que é inerentemente gratificante, pode ser usada para melhorar o humor”. Assim, a tarefa de emagrecer se torna bem mais desafiadora.
Os resultados iniciais deverão ser divulgados em dezembro.
O estudo envolveu quase 200 homens e mulheres não fumantes com idade entre 18 e 65 anos, com um índice de massa corporal de 25 ou mais e que não sofrem de um transtorno alimentar.
Fonte: Medical Xpress
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