A obesidade abdominal é um dos fatores de risco para diversas morbidades. Existe dois tipos de gordura abdominal, a subcutânea, que se localiza a frente dos músculos abdominais, e a visceral, que se acumula entre as alças intestinais e órgãos internos como o fígado.
Ambas apresentam riscos a saúde, mas estudos comprovam que a visceral é a mais perigosa. O cardiologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Fúlvio J. Barbato Junior explica os perigos da gordura abdominal e porque ela aumenta os riscos de doenças como a diabetes, por exemplo.
A gordura localizada no abdômen é considerada um fator de alto risco para diversas morbidades e se encontra associada a efeitos deletérios tais como: "Níveis altos de triglicerídeos, baixos níveis do bom colesterol (HDL), resistência à ação da insulina e consequente elevação dos níveis glicêmicos (Diabetes), aumento da gordura hepática, prejudicando a formação de hormônios, vitaminas e substâncias que atuam no metabolismo das gorduras, e também hipertensão arterial como consequência do aumento da viscosidade do sangue são exemplos do que esta gordura pode causar no organismo”, explica o cardiologista.
E completa, “Desta forma, o acúmulo de gordura visceral é considerado um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e o AVC, porque o excesso de gorduras circulantes promovem o espessamento das artérias, com formação de placas de gordura que podem se desprender e obstruir os vasos, esclarece o especialista.
Para saber se a gordura abdominal está comprometendo sua saúde, o cardiologista orienta: “Meça sua cintura com uma fita métrica. Para as mulheres o ideal é que não ultrapasse os 88cm, e os homens 102cm. Caso exceda, existe um risco para desenvolver os males relacionados a este tipo de gordura, e é indicado ficar alerta e buscar a redução por meio de dieta e exercícios”.
Para uma análise completa, a medida do tecido adiposo visceral pode ser medida por métodos de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, porém esses métodos tem um custo elevado, “A medida pela fita métrica calculada no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca é um método simples e confiável”, explica o médico.
De acordo com o cardiologista , o tratamento desta síndrome se inicia com mudanças de estilo de vida, visando à perda de peso, “A dieta deve ser hipocalórica, por exemplo, a Mediterrânea. Com a devida orientação profissional ela libera o consumo de sementes como nozes, castanhas e amêndoas, proteínas animais, carnes magras de peixe e frango, vegetais, evitando carboidratos, refrigerantes e bebidas alcoólicas. Para quem já apresenta doenças oriundas deste quadro inflamatório, há a necessidade de um tratamento farmacológico para cada enfermidade”, finaliza o profissional.
Fonte: Exame
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