Eis um duelo de titãs até bem antigo: o que passar no nosso pãozinho de cada dia, manteiga ou margarina? Preferências de paladar à parte, a questão é relevante, pois envolve a saúde.
A dúvida persiste e entendê-la torna-se ainda mais urgente por conta da atual geração-saúde, que hoje se vê cercada de blogueiras fitness, cada uma dando suas dicas. Mas o que os profissionais de nutrição têm a dizer sobre quem é a real vilã da história?
Antes de tudo, a nutricionista Kaliny Alves deixa claro um ponto crucial: tanto a margarina quanto a manteiga são gorduras, portanto, o ideal é o uso moderado para evitar o surgimento de doenças cardiovasculares. Agora se precisar indicar uma ou outra para um paciente seu com quadro de obesidade, lipidemia (presença de gordura saturada no sangue) ou trigilicerídeos altos, o lado pende para o da margarina. Para o indivíduo com saúde estável, ela explica que pode ser feito o uso tanto de uma quanto de outra, desde que em doses não excessivas.“Tudo está relacionado à quantidade e à frequência de uso. Porém, o corpo absorve mais rápido a manteiga e o seu excesso leva ao aumento do colesterol ruim”, alerta. No supermercado, ela recomenda olhar com cuidado para as informações nutricionais e procurar a margarina livre de gordura trans. “É uma questão de vigilância”, frisa a profissional.
Opção natural
Já a nutricionista Roberta Marquezini posiciona-se pela manteiga. Ela explica que a margarina é um produto obtido industrialmente a partir do acréscimo de hidrogênio ao óleo vegetal em um processo chamado de hidrogenação. Por conta disso, os óleos se solidificam, dando origem à gordura hidrogenada, base da margarina.
“O problema é que o processo de hidrogenação dá origem à gordura trans, que está relacionada às doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e alterações imunes”, aponta, mostrando que, de fato, devemos correr da gordura trans.
Sendo obtida em um processo mais natural, a manteiga seria a alternativa mais saudável no entendimento de Roberta. “Indico a manteiga por se tratar de uma gordura natural, rica em vitaminas antioxidantes e que pode ser obtida facilmente a partir da gordura do leite, até mesmo em processo artesanal”.
E assim como Kaliny, a nutricionista reforça a ideia de que o uso de nenhum dos dois produtos deve ser feito em demasia. “Independente da escolha, o consumo deve ser moderado e de acordo com as necessidades energéticas de cada pessoa, que diferem de acordo com o sexo, peso, altura e nível de atividade física. Em relação à gordura saturada (presente na manteiga), a recomendação é que o consumo não ultrapasse 10% das calorias totais da dieta”, explica.
Na hora das compras, Roberta recomenda ficar de olho nas informações nutricionais da manteiga. “Devemos dar preferência sempre às manteigas orgânicas, obtidas do leite de animais que vivem soltos e são alimentados por pasto. Como nem sempre isto é possível, nos supermercados, opte pelas versões sem sal”.
Para cozinhar
O fato é que tanto a manteiga como a margarina estão presentes em diversas receitas, e inclusive, são usadas frequentemente para a fritura de alimentos. Kaliny Alves aponta que nenhuma das duas – e nem mesmo o azeite de oliva – são indicadas para isso.
“Todas vão saturar em contato com o calor. O ideal é evitar o uso de fritura, principalmente quem está seguindo uma dieta de perda de peso. A gorduras saturadas causam danos às células e ao funcionamento dos órgãos”, ensina.
“Todas vão saturar em contato com o calor. O ideal é evitar o uso de fritura, principalmente quem está seguindo uma dieta de perda de peso. A gorduras saturadas causam danos às células e ao funcionamento dos órgãos”, ensina.
Roberta Marquezini também faz um alerta com relação à manteiga. “Ela não deve ser aquecida a altas temperaturas, pois seu ponto de fumaça é baixo. Então o ideal é preparar os alimentos em fogo brando. Pode ser utilizada para saltear rapidamente os vegetais ou adicioná-la ao final das preparações”, diz.
Em todo caso, a postura mais acertada é ficar de olho nas informações nutricionais do produto escolhido, seja margarina ou manteiga. E o vilão maior mesmo é o exagero.
Fonte: A Critica
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