Fumar mata 5 milhões de pessoas por ano. No mesmo tempo, o sedentarismo leva 5,3 milhões de vidas
Com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2014, um grupo de pesquisadores de várias partes do mundo pensou que seria um bom momento para chamar a atenção para os riscos de vida provocados pelo sedentarismo. Sabemos dos benefícios das atividades físicas, por isso é preocupante que cerca de um terço da população não pratique exercícios.
Para tentar entender o tamanho do problema, estimamos o peso da inatividade física em algumas doenças não transmissíveis que matam pessoas no mundo inteiro. Focamos em patologias que a ONU aponta como ameaças globais à saúde, o que inclui as doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e câncer — mais especificamente os de mama e cólon, que vêm sendo relacionados ao sedentarismo. Também tentamos estimar quantas mortes seriam evitadas se cada pessoa inativa fisicamente se tornasse ativa e como isso impactaria a média de expectativa de vida das pessoas ao redor do mundo. Os resultados mostraram que uma parcela de 6% a 10% da ocorrência das doenças mencionadas são provocadas pelo sedentarismo. Se a inatividade fosse totalmente abolida, teríamos 5,3 milhões de vidas poupadas e a população mundial viveria, em média, 6 meses e 24 dias a mais.
Muitas pessoas têm o mau entendimento de que é necessário ser um atleta — o que não é verdade. Estudos mostram que praticar 150 minutos semanais de exercícios moderados é suficiente. Assim, caminhar meia hora 5 vezes por semana já tiraria uma pessoa da categoria dos sedentários.
Muita gente também questiona o que são as atividades moderadas. A dica que gosto de dar é que você precisa sentir seus batimentos cardíacos aumentarem de forma que consiga manter uma conversa com um amigo, mas que não tenha fôlego suficiente para cantar. Qualquer exercício que se encaixe nesse perfil é válido: de nadar a pedalar. Mas não é preciso se matricular em uma academia. Fazer jardinagem, dançar, brincar com as crianças, passear com o cachorro ou ir à pé até o trabalho também se incluem nessa categoria. São atividades que contribuem para a saúde. Iniciá-las e mantê-las no cotidiano é um bom negócio, tanto quanto parar de fumar.
Fonte: I-Min Lee, Professora Saude Publica da Universidade de Harvard
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