Para algumas pessoas, sentir dor nas costas já se tornou parte da rotina. Para outras tantas, a perspectiva de senti-la com o avançar da idade é dada como certa. O fato é que oincômodo na lombar é um mal que atinge um percentual altíssimo da população, a ponto de mais de 80% vir a sofrer com ele em algum momento da vida. E justamente por ser tão comum, é que o seu diagnóstico acaba sendo banalizado e o que poderia indicar apenas um “mau jeito” evolui para o estágio de doença crônica, inflamatória e, potencialmente, incapacitante.
“Um problema menor pode se transformar em uma questão grave e de difícil resolução. Muitos não ligam para isso e, frequentemente, a dor vai embora exatamente do mesmo modo que surgiu, sem nenhuma explicação. Seja qual for o problema, procure sempre seu médico e faça check-ups regularmente com o objetivo de detectar alterações precocemente e não deixá-las chegar ao ponto de virarem uma ‘dor de cabeça'”, alerta o clínico e cardiologista Abel Magalhães, do Vita Check-Up Center.
E quando eu devo começar a me preocupar com os sintomas? A lombalgia costumar dar os primeiros sinais a partir dos 25 anos e pode indicar desde simples contraturas, até casos mais graves, como tumores e traumas. “Devemos estar atentos a alguns sinais no nosso dia a dia para identificarmos o início de um processo inflamatório como dor nas costas ao acordar, ao escovar os dentes, quando estamos dirigindo, ao usar sapatos de salto alto”, aponta o coordenador do Curso de Fisioterapia do IBMR, Wagner Faria. Hábitos como realizar exercícios com excesso de peso e posturas inadequadas, mais recentemente relacionadas ao uso dos celulares, contribuem para o agravamento desse quadro, que pode ser desencadeado nas estruturas da coluna, músculos, ligamentos, articulações ou em outros tecidos próximos, como nervos, vasos ou órgãos.
“A reação inflamatória é uma resposta do organismo a uma ‘agressão’, que pode ser de origem mecânica ou de outra natureza. A resposta subsequente poder ser uma dor progressiva, de grau leve, seguindo até o grau moderado ou intenso‘, explica Wagner. Embora entorses, distensões, alterações na coluna – lordose, escoliose e cifose – e doenças reumáticas degenerativas, como a osteoartrose e a osteoartrite, estejam comumente associadas à dor nas costas, esta também pode ter origem em outros órgãos e irradiar para a região. Apendicite, cálculo renal, pedra na vesícula, infecções da bexiga, endometriose, câncer de ovário, cistos ovarianos, torção testicular e aneurisma na aorta são algumas das doenças cujos sintomas podem incluir a dor nas costas, segundo Celio Roberto Gonçalves, membro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).
Outra causa importante e que pode ser diagnosticada na ida ao médico é a espondilite anquilosante, uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações do esqueletoaxial, principalmente, as da coluna, quadril, joelhos e ombros. Entre os sintomas mais comuns estão dores na lombar, no quadril e no calcanhar – que melhoram com a prática da atividade física e pioram com o repouso -, rigidez matinal da coluna e dificuldade para expandir o tórax ao respirar fundo, por exemplo. “Os sinais e sintomas da doença normalmente começam logo no início da fase adulta. Apesar de ainda não existir cura, com o tratamento adequado é possível diminuir a dor e minimizar os demais sinais da doença”, afirma Celio.
É evidente que nem todo desconforto vai se traduzir, necessariamente, em uma emergência, mas é importante ficar atento às mensagens que o corpo transmite, afinal, prevenir é sempre melhor do que remediar. “A dor é sempre um sinal de alerta e necessita de diagnóstico preciso e tratamento correto em qualquer idade. É de extrema importânciaevitar sempre a automedicação com os relaxantes musculares e anti-inflamatórios, que pode mascarar e/ou protelar um tratamento correto”, indica Wagner.
Fonte: GNT
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