Nem ioga, nem terapia, mas um estilo de vida. Uma combinação de exercícios que ajudam a melhorar a respiração, administrar o estresse, aumentar o tônus muscular e a flexibilidade, mas também uma rede de compartilhamento de cultura, boas maneiras e boa alimentação. O Método DeRose traz uma proposta diferente para quem busca aliar autoconhecimento à boa forma.
A proposta surgiu na década de 1960 no Brasil, pelo comendador DeRose, e hoje conta com cerca de 1 milhão de praticantes, distribuídos principalmente aqui, na França, Inglaterra, Escócia, Itália, Espanha, Portugal, Chile, Argentina e Estados Unidos. Em Belo Horizonte existe uma escola, que conta com cerca de 60 alunos, divididos em turmas iniciantes, intermediárias e avançadas.
Raquel Martins, de 35 anos, frequenta a turma de iniciantes. Ela procurou o método por indicação do noivo, que mora no interior do Paraná e, apesar de não frequentar as aulas, é um amante da prática. Enfermeira por formação, Raquel agora estuda para prestar vestibular de medicina e, antes das aulas tinha dificuldade para concentrar e controlar a ansiedade. Após um mês e meio de prática, ela diz que não pretende parar. “Minha vida melhorou em tudo. Hoje tenho mais energia para estudar, minha ansiedade diminuiu horrores, tenho mais força, melhorei minha postura e minha respiração. É inacreditável”, afirma.
Lyoto Machida, lutador de MMA e quinto lugar no ranking do UFC na categoria peso médio, também é praticante do método. Ele é aluno do Centro Fabiano Gomes, em Porto Alegre/RS. Assim como ele, Graciele Herrmann, nadadora da seleção brasileira, e uma diversidade de outros esportistas, entre ciclistas, lutadores de artes marciais e triatletas, buscam a técnica no intuito de aumentar o poder de concentração no esporte. Dentre os conceitos trabalhados, está a necessidade de despertar o máximo potencial do atleta, ampliando assim o seu desempenho.
Mas a técnica não é válida somente para atletas e estudantes. Engenheiros, advogados, médicos, empresários, executivos e artistas também fazem parte do perfil de praticantes do Método DeRose. Segundo Laura Generoso, instrutora da escola e praticante há oito anos, na maior parte das vezes essas pessoas buscam o método para aliviar o estresse do dia-a-dia. “A gente trabalha muito o ganho de consciência, então você começa a ter mais controle das suas emoções. Quando sente um pouco de nervosismo ou ansiedade, por exemplo, está apto a perceber esse sentimento e começa a controla-lo, principalmente, através da respiração”, afirma.
Segundo a instrutora, um dos principais objetivos atingidos pela maioria dos alunos iniciantes é a diminuição do estresse, seja pela quantidade de estudo ou de trabalho. “O maior ganho dos alunos nos primeiros dois meses de prática é dizer: eu estou muito menos estressado no trabalho, muito mais seguro e confiante”, diz. Ela conta sobre um aluno que bateu o carro e no dia seguinte chegou ao estúdio contando, orgulhoso, como não havia ficado agitado e como soube lidar de forma tranquila com a situação, o que antigamente, não seria possível. Para Laura, este é um reflexo da incorporação das técnicas ensinadas em aula na rotina do dia-a-dia.
E a boa forma? Como é adquirida? Questionada, Laura responde, sem titubear: “A boa forma é apenas uma consequência da prática”. Além das técnicas utilizadas para o autoconhecimento, o Método DeRose também propõe uma mudança cultural. Com uma programação que engloba atividades ligadas à gastronomia, filosofia, teatro, cinema e literatura, os praticantes adquirem uma nova visão de mundo, experimentando novos conceitos e aumentando a rede de relações pessoais. Seguir uma alimentação saudável é parte inerente ao processo.
Quem pode fazer
O Método DeRose é indicado a homens e mulheres a partir dos 18 anos. Apesar da maioria dos alunos da sede Belo Horizonte ser do sexo masculino e estar na faixa dos 28 aos 45 anos, Laura diz que, contanto que a pessoa goze de boa saúde, não há restrições para a prática da atividade.
Fonte: saudeplena
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