"No mercado competitivo, a qualidade de vida no trabalho é um recurso que gera produtividade com saúde e sustentabilidade no sentido ambiental e socioeconômico."
Tratar os valores humanos com a mesma sofisticação gerencial do mundo dos negócios é uma necessidade que o mundo corporativo já incorporou. Buscar resultados humanos é hoje quase tão importante quanto os resultados financeiros.
A educação para o bem-estar é resultado da evolução da ciência, da tecnologia, da longevidade e da autonomia no trabalho. Uma conquista real das últimas décadas que mudou paradigmas e ampliou a visão administrativa, econômica e de políticas públicas. Em meio à política de benefícios obrigatórios, as organizações podem identificar as necessidades dos funcionários e imprimir mais qualidade aos processos organizacionais. A qualidade de vida no trabalho já se consolida como valor e compromisso da alta gestão nos mais diversos ambientes do trabalho coletivo. Com método, torna-se estratégica e perene.
No mercado competitivo, a qualidade de vida no trabalho é um recurso que gera produtividade com saúde e sustentabilidade no sentido ambiental e socioeconômico. Ações ligadas às práticas de Recursos Humanos envolvendo cuidados com alimentação, condicionamento físico, sobrecarga de trabalho e clima organizacional saudável podem envolver a rotina do empregado, mostrando que ele precisa se cuidar e que a empresa deseja que ele se cuide.
Para o empregado, salário justo é indispensável. Mas ele pode receber orientações e tratamento para, por exemplo, eliminar o sobrepeso, os riscos de estresse e de depressão. Deve ser estimulado a estudar, conhecer eventos culturais e turísticos, entender o consumo e investimento, atuar para a inclusão social e diversidade. Estas ações são possíveis e geram um ambiente saudável, de bem-estar pessoal e organizacional.
O mercado reconhece a atratividade de empresas e de órgãos públicos que são respeitosos, valorizam e cuidam dos seus empregados ou servidores. É dessa forma também que eles não apenas retêm seus talentos, mas incentivam a participação, o desenvolvimento profissional e pessoal, a cidadania e o comprometimento com as metas organizacionais.
A gestão da qualidade de vida está amadurecendo como algo indispensável ao ambiente organizacional e ao próprio balanço da vida pessoal e trabalho. Nas grandes e médias empresas, ao lado dos tradicionais cuidados com alimentação, atividade física e relacionamentos saudáveis, surgem novas práticas como atitude positiva, qualificação e ética no exercício profissional, consumo responsável e valorização da cidadania.
Por isso, falamos em gestão da qualidade de vida no trabalho, pesquisando e atuando sobre segurança do trabalho, doença ocupacional, responsabilidade empresarial e governamental com o seu "público interno" e seus desdobramentos de sustentabilidade. Buscamos também criar processos de busca do direito da personalidade, da justiça organizacional e da realização de metas com prazer e reconhecimento. O modelo conceitual básico é definido pelo equilíbrio dinâmico e harmônico entre as necessidades biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais e os princípios do trabalho ergonomicamente corretos e sustentáveis. São os novos ares das Organizações do Terceiro Milênio.
Dra Ana Cristina Limongi-França
Professora do Departamento de Administração da FEAUSP
Fonte: FEA/USP
http://www.fea.usp.br/noticias.php?i=896
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