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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Medo de dizer ‘não’ pode levar à depressão


Rio – Você tem uma pilha de tarefas a cumprir, mas um amigo lhe pede que vá ao banco para ele. Você já sabe que vai perder horas e se enrolar, mas mesmo assim aceita. A dificuldade em dizer ‘não’ é o sintoma mais aparente da Síndrome da Pessoa Boazinha, termo cunhado pela psicóloga americana Harriet Braiker para definir a compulsão por agradar, mal que responde por 40% da procura a consultórios psicológicos, e que pode provocar depressão e doenças dermatológicas, como vitiligo e dermatite.

Os portadores do distúrbio acabam sempre resolvendo pendências dos outros, e não as suas, a fim de se sentirem úteis e evitar a rejeição. Era o que acontecia com a escritora Sandrine Pereira, 56 anos, que buscou tratamento há 11 meses. “Cheguei a cancelar uma viagem que já estava toda paga porque uma amiga pediu para eu trabalhar no lugar dela”, conta.

De acordo com a psicóloga Flávia Freitas, a síndrome tem maior incidência em mulheres. A disparidade se dá devido à educação recebida pelas meninas, normalmente voltado aos cuidado com os outros. “A personalidade é moldada na infância. Se a pessoa for induzida a manter sua atenção na necessidade dos outros, pode desenvolver a compulsão em agradar”, diz. Traumas emocionais também podem desencadear o mal. “Após uma demissão ou traição, algumas pessoas passam a querer agradar chefes e namorados a qualquer custo para evitar que aquilo se repita”, explica.

A doença é porta de entrada para uma série de outros males. Além da depressão, disparada quando a atitude de agradar não surte efeito, condições relacionadas à baixa de imunidade, como vitiligo, dermatite e herpes são comuns. “Pessoas que escondem sentimentos como frustração e raiva somatizam isso: a busca constante por servir aos outros neutraliza as defesas do organismo”, afirma Flávia. “Quem não explode nunca, uma hora acaba implodindo”, completa.

Com Sandrine, os efeitos se deram em forma de fortes dores no tornozelo e no aumento do consumo de alimentos. “Passei a usar a comida como forma de preencher o vazio”, diz. Flávia Freitas aponta que outras compulsões, como a por comida, são uma das válvulas de escape de portadoras do distúrbio.

“Eu me sentia mal toda vez que dizia ‘não’ para alguém. Procurei ajuda psicológica porque aquilo não podia ser culpa minha”, comenta Sandrine. Ela confessa que ainda não se sente totalmente curada, mas que sua qualidade de vida aumentou ao enxergar o problema. “Não sinto mais remorso como antes e tenho consciência de que se a outra pessoa se sentir mal por isso o problema é dela, não meu”.

Ela também percebe que o tratamento dispensado por seus colegas se tornou mais saudável após um período de ajustes. “As pessoas perceberam a mudança rapidamente. Teve gente que reclamou, esperneou, mas hoje todos são mais respeitosos comigo, não abusam mais da minha boa vontade”, conclui.

Com reportagem de Pedro Muxfeldt

Fonte: O Dia.

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